SETEMBRO AMARELO

Mês de combate ao suicídio..

Mês de dar atenção as pessoas? Mês de pensar sobre a vida? Mês de ouvidos atentos?
Não... Suicida não precisa de mês certo pra se entender e ser entendido.
É o dia a dia, é a rotina, é o ócio, é a dor, é o inaceitável, é o todo dia.
Mas o que se passa na cabeça de um suicida?
É o desejo do fim?
Tento entender esse sentimento. Ele vem... em algum momento vem... de repente... Mas garanto, não é vontade morrer. Não. Não é.
Penso que seja cansaço, falta de coragem pra atitudes, vontade de por fim em: alguma situação, desejo, comportamento, comprometimento, rotina, pessoas, trabalho.
Fim... essa é a palavra.
Mas não fim da vida, e sim fim DE vida.
Mas e esse tal de medo?
O aprisionamento, as criticas, as pessoas, a insegurança, a solidão...
Ahh a solidão é a pior. Há quem diga que estar só é uma delicia. Sim, é.
Mas se você está num mau momento (o que é normal com qualquer criatura), a solidão é um veneno letal. A solidão é a companheira da escuridão, do assombro, da tristeza e dos pensamentos mais horrendos, e ela vai te levar justamente para o lugar mais fundo do poço, ou seja, pro pensamento de morte.
E aquela solidão; que você se vê rodeada de pessoas, principalmente nas malditas redes sociais? Aí ferrou.. Você sente enorme necessidade de ficar bem.. e o que você faz? Procura os amigos, que hoje só os encontramos nas redes. Mas os amigos estão em outros momentos, em outras redes, outras conexões. E você então acha que a única maneira de estar bem, seria a disponibilidade do outro. Pronto. Instalou-se a solidão assombrosa.
Depois você quer falar com alguém, contar com alguém que queira te ouvir... Ahh mas cadê a pessoa com ouvido disponível? Difícil também.. Vai se então atrás de Psicólogo, Psiquiatra, psi sei lá, ou seja, pagar um ouvido pra se aliviar.
Infelizmente, mesmo as principais e obrigatórias companhias, nunca estarão preparadas pra lhe ouvir.
E justamente toda essa dificuldade, essa imploração e complicação, desestrutura totalmente qualquer pensamento.
A quantidade, a qualidade e a velocidade das informações que recebemos, transtorna o pensamento, ao ponto de nos tornarmos ansiosos, ociosos, eufóricos e carentes. Pois hoje torna-se tudo muito pouco funcional...
Sentimentos... O que é isso? Virtual, essa a palavra. Virtual e frio.
Ao retornar a realidade, a insignificância nos bate na cara a ponto de, fazer-nos fugir dessa nova era. Refugiar, se esconder, se afundar e se afogar, onde acreditam que é bem mais fácil, morrer...
O morrer significa então, nesse caso, estar em paz e descansar.

Obs.: Somente uma opinião...


Comentários

  1. Lindo texto Dri !! Situações complicadas, que nem sempre percebemos quando é real e quando é ficçional, infelizmente o tempo é implacável e na observação incorreta dos sintomas, perdemos pessoas que amamos sem que possamos voltar atrás !! E só nos resta a saudades e a necessidade de enxergar esses mesmos sintomas, a tempo, em nós mesmos 😥

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